domingo, 22 de outubro de 2006

Entrevistas em Volta Redonda

As entrevistas devem ser lidas com muita atenção. Elas refletem a escassez de tempo e a espontaneidade das pessoas entrevistadas, pois foram colhidas em praça pública, na cidade de Volta Redonda. Portanto a qualidade das entrevistas relacionam-se não só a eficácia dos entrevistadores, mas também a sorte de achar um bom entrevistado.
Boa leitura.
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Entrevista 1

Entrevista feita na cidade de Volta Redonda:
- Nome: Vanderlei
- Profissão Atual: Sorveteiro
- Idade: 49 anos
- Natural de Volta Redonda
- Na CSN:
Antes, contratavam-se Bóias-Frias, Atualmente, exige-se 1º e 2º grau completo para trabalhar.
- “A cidade piorou com a privatização”
- Valor das ações: de R$ 50,00 para R$ 2000,00
- O entrevistado:
Dos 18 aos 38 anos trabalhou na CSN, na área de carboquímica, sem contrato.
- A privatização:
Ocorreu quando Juarez Antunes morreu
Houve uma semana de “guerra” (devido à greve)
Durante os anos 80

Grupo: Pedro, Gabriel, Jorge e Isis – 2ºB.
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Entrevista 2

Durante nossa viagem, tivemos a oportunidade de conhecer diversas pessoas e desfrutar de duas experiências de vida e ideologias.
Na cidade de Volta Redonda, entrevistamos um taxista, Usiel, de 39 anos, que nos mostrou seu ponto de vista em relação à privatização da CSN.
Mostrou-nos que, como toda ação econômica possuiu pontos positivos e negativos. Foi um bom investimento na época, pois a cidade recebeu mais recursos do estado, levando a sua emancipação e uma maior movimentação de mercado, econômica e industrial, progredindo o campo de prestações de serviços em clínicas, convênios, comércio e, inclusive, a independência do município próximo, Barra Mansa – do qual Volta Redonda era um distrito – e o turismo.
Porém, a privatização diminuiu demasiadamente o nível de emprego, que passou de 23 mil para 8 mil, acarretando em uma quebra temporária de mercado da própria cidade, aumentando a pobreza e as diferenças entre as classes sociais.

Grupo: Aline Ruiz, Bruno Farah, Marianna Parro e Roberto Neto – 2ºB.
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Entrevista 3
Perguntas básicas:
- Como era a vida antes da chegada da CSN?
- A favor ou contra a privatização?
- O que mudou após a chegada da indústria?

José Edson - 66 anos (Falcão – RJ)
A favor da privatização: “Se a indústria dá prejuízo tem que vendê-la”.

Áurea – (SP)
“A cidade não tinha nada antes da chegada da CSN, nenhum comércio, virou o que é graças à indústria”.
Não é a favor da privatização, pois o patrão só vê o lado dele.

José Carlos- 56 anos (Volta Redonda-RJ)
“Quando a indústria foi construída, Volta Redonda ficou uma maravilha. Uma das cidades mais ricas, com muitos hospitais, comércios... Bom trabalho social. Foi a 1ª cidade que teve 13° e 14° salários anuais. 25.000 homens trabalhavam na CSN.”
Concorda com a privatização, pois o empresário que cuida e só vê o lado dele.

Grupo: Caroline, Geórgia, Fernanda e Marina – 2º B.
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Entrevista 4

Nome do entrevistado: Benevenuto dos Santos Neto.
Como era a vida antes da chegada da CSN?
R: Volta Redonda foi fundada com a CSN, antes pertencia a Barra Mansa.

O que mudo com a chegada da companhia?
R: A cidade começou com ela, as primeiras 6500 casas foram feitas por ela. O esgoto, etc. existem graças a CSN. Foi excelente a chegada da CSN, ela trouxe progresso.

Como foi processo de privatização?
R: Foi culpa do bispo. Eu trabalhei 39 anos, fui diretor. Fui prefeito de Volta Redonda entre 1982 e 1986.

Grupo: Héctor, Raphael Biondi, Raphael Carvalho e Guilherme – 2ºA.
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Entrevista 5

Perguntas básicas:
Nome?
Idade?
É morador da cidade de volta redonda há quanto tempo?
Conhece a CSN?
Como era a vida das pessoas antes da CSN?
Dê a sua opinião sobre a privatização da CSN?

Leonardo, 27 anos: “A vida antes da chegada da CSN é que a cidade era mais rural. A empresa aumentou quando privatizou e os empregos diminuíram. A privatização não era necessária para a economia.”

Wanderlei , 58 anos:
“Antes: lavoura, Agricultura, ou seja, era uma cidade rural.”
“Privatizações: corrupção, diretoria roubava, a CSN lucrava e o governo não pegava o dinheiro e ainda vendeu a empresa falida.”
“Eu trabalhei 20 anos na CSN, nesses 20 anos trabalhei em todos os setores da fábrica.”
“A CSN foi responsável por milhares de empregos, porém após a privatização só trabalhava quem possuía 2º grau completo.”

Conclusão do grupo
Antes da CSN a cidade era baseada na agricultura, lavoura, enfim era uma cidade rural. No seu governo, Getúlio Vargas desmatou todo um terreno e construiu a CSN com mão-de-obra dos trabalhadores rurais.
Sobre a privatização, isso significou corrupção, pois a diretoria roubava muito e por ser estatal, o governo não via o dinheiro, assim a empresa faliu e logo após foi vendida muito desvalorizada (Além das “moedas podres” e dívidas engolidas).
A siderúrgica trouxe muitos empregos para a população e foi a principal responsável pelo desenvolvimento da cidade de Volta redonda.

Grupo: Fábio Belan, Gabriela Bussotti, Giovanni Quarta e Victor Pirozzi – 2ºA.
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Entrevista 6

Entrevistado: Pedro Paulo
Idade: 31 anos
Ocupação: vendedor de produtos naturais.

P: Você gosta da cidade?
R: Gosto.

P: Você nasceu aqui?
R: Não.

P: Tem algum ponto turístico na cidade?
R: Tem, tem o quartel o estádio de futebol, o shopping, as praças.

P: Você conhece a CSN?
R: Conheço, mas nunca visitei por dentro, somente a central.

P: Você esteve relacionado com a CSN de algum jeito?
R: Não, quem trabalhou lá foi a minha irmã, lá é muito “maneiro’’, muito grande, bacana.

P: Você pretende visitar a CSN alguma vez?
R: Sim, pretendo, mas é complicado de agendar uma visita.

P: Você tem muitos conhecidos que trabalham ou trabalhavam lá?
R: Sim, tenho. Minha irmã, alguns colegas, meu avô.

P: O que eles fazem lá?
R: Meu avô era mestre na parte que fazem o aço e meus colegas trabalham com o cascalho.

P: Você sabe de algum acidente que ocorreu na CSN?
R: Sim, um colega do meu avô morreu lá em um acidente com o ferro quente.

P: Você acha que a CSN exerce um papel importante na cidade?
R: Sim, a empresa é o coração da cidade, muitas pessoas trabalham lá. Antes eram mais pessoas, mas depois da privatização, algumas agora trabalham na cidade, como vendedores.

P: O que os moradores da cidade costumam fazer para o lazer?
R: Aqui tem muito show de vários artistas principalmente na Praça São João. Vêm pessoas de fora, cantores. Além disso, tem também cinema, shopping, tem festas; o povo daqui gosta muito de festas com cervejinha, cantar, dançar, namorar.

P: Aqui é uma cidade tranqüila em relação à violência?
R: Sim, muito tranqüila, sossegada, não tem roubo. Onde tem mais é em São Paulo, lá o problema é grande com isso. O Rio também.

Grupo: Alexandre, Melina, Antonio Bruno e João – 2º A.
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Entrevista 7

Como era a cidade antes da CSN?
R: A cidade era formada apenas por barracos e por algumas fazendas, estas muito ricas (exemplo: fazenda Barra Manca).

O que mudou com a chegada da CSN?
R: Com a chegada da siderúrgica se criou muitos empregos, e foi assim que se criou a própria cidade, pois muitos trabalhadores se mudaram para Volta Redonda com objetivo de arrumar emprego. Muitas vezes também até a própria CSN construía casas para que os trabalhadores pudessem morar perto da fábrica.

O que mudou com a privatização?
R: Com a privatização a fabrica passou a ter o objetivo de lucro, assim demitiu muitos funcionários, diminuiu o salário, as pessoas se aposentavam mais cedo. Dessa forma caiu o poder aquisitivo e a liberdade do povo.

A greve abalou ou causou preocupação de alguma forma na população da cidade?
R: Sim, por causa das explosões, dos incêndios.A greve em geral causou preocupação nas pessoas através do medo de se machucarem.


Grupo: Carolina Ortega, Gabriela Gómez, Marilia Vicari e Roberta Werneck – 2º A.
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domingo, 1 de outubro de 2006

Recado do Prof Beto

Impressionante! Assim nos referimos a tudo que vimos, ouvimos e aprendemos nestes quatro dias de estudo do meio. Afinal descobrimos que há um Brasil que não imaginávamos existir, um Brasil com conhecimento e capacidade científica que até então acreditávamos ser exclusividade de europeus ou americanos. E que alegria saber que temos a disposição para venda aos americanos, imagens feitas por nossos satélites e que mesmo com nossos políticos míopes e com espírito colonizado estamos entre os oitos países no mundo com capacidade para produzir e controlar satélites geoestacionários.
Sentimentos que ficaram ainda mais forte ao conhecemos a CSN, até então não muito mais que uma uma sigla para todos nós. Sim para todos nós, por que embora eu tenha estudado um pouco mais sobre o aço e sua produção, não tinha a real dimensão do quanto impressionante e magnífico é todo processo para sua obtenção.
Aprendemos nestes 4 dias, muitas coisas sobre a história, ciência, política e tecnologia do Brasil, porém o maior aprendizado que tanto eu quanto meus alunos mais adquirimos foi que há um Brasil competente e capacitado, no qual vale a pena acreditar e investir.

Professor Beto