terça-feira, 17 de junho de 2008

Bananal - cidade viva

“Ali tudo foi, nada é. Não se conjugam verbos no presente. Tudo é pretérito.” Já dizia Monteiro Lobato sobre a região do Vale do Paraíba, que amargava à época os sinais da decadência da economia cafeeira e escravocrata. Foi com essa leitura que chegamos em Bananal, uma cidade de muita história.

Localizada no Vale do Paraíba, bem próxima do Rio de Janeiro, Bananal foi um grande pólo cafeeiro, e teve seu auge na segunda metade do século XIX, quando o mundo já vivia a segunda revolução industrial.
O desenvolvimento do café na região ocorreu por diversos motivos. Um dos aspectos destacados era o clima, que favorecia o plantio do café, com a temporada de chuva bem definida, além da localização privilegiada, pois ela está situada próxima à divisa do Rio de Janeiro com São Paulo, um dos principais pontos da economia brasileira.
No entanto, tudo que tem seu apogeu tem sua crise, e ela veio a partir da abolição da escravatura em 1888. Com o fim da escravidão aumentou o gasto com a mão-de-obra. Além disso, um ano depois, foi proclamada a República, e isso prejudicou a economia da cidade. O solo, antes muito fértil, já não era mais o mesmo pois, com a instalação da ferrovia, grande parte da Mata Atlântica foi desmatada, empobrecendo o solo. Outro motivo relevante é o uso da monocultura que foi feita ali, porque um dos grandes problemas desse processo de plantio é a retirada excessiva dos nutrientes do solo com o conseqüente aumento da erosão. Estes danos foram irreversíveis, por conta disto a área foi transformada em um improdutivo “pasto”.
Hoje em dia, Bananal não é nem resquício da lembrança dos bons tempos do passado, sua principal atividade econômica é o turismo, com uma profusão de hotéis fazendas e pousadas, aproveitando a beleza da região, sua história e o artesanato.

A cidade inteira tenta guardar as lembranças, preservando e reformando construções e culturas antigas.
Por conta desta nostalgia, Bananal é considerada uma cidade morta por alguns de seus moradores, mas por outros é tida como viva e pulsante.

Bananal, 13 de junho de 2008.

Carlos Alexandre, Carlos Henrique, Guillermo eLeonardo Baliza - 2ªA

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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Só uma correção:
Bananal, bem como todo o Vale do Paraíba (paulista e fluminense) entrou em declínio por volta de 1860 por duas razões: carestia na aquisição de mão-de-obra, uma vez que o fim do tráfico de escravos, em 1850, tornou a força de trabalho cara de conseguir, e o esgotamento do solo por décadas de plantio extensivo com pouca, ou nenhuma, inovação tecnológica. cf. Stanley Stein - Grandeza e decadência do café no Vale do Paraíba
Nilton
Historiador

22 de mai. de 2009, 01:17:00  

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